Como tenho saudade!
De um tempo
Não muito longe;
Que fui eterna novidade.
Hoje, novidade a envelhecer,
A flor que no jardim
Minha alma perfumou,
Já deixou de florescer.
Certo mesmo estava,
Aquele russo
Que escreveu:
Que sempre acaba.
Meu corpo é terra
Cansada, maltratada,
Trabalhada,
Até a última gota explorada.
Minhas feridas sabes tocar,
Quando trajada nas vestes
Da crueldade.
Desejas humilhar.
O que tenho a oferecer?
Além de um fardo
Muito pesado!
E um sol a desvanecer.
Sinto-me flagelado,
Tal um Cristo,
Quero descer da cruz,
E ver teu coração libertado.
Tenho descomunal saudade!
De um tempo não muito distante,
Em que minha presença em vez de raiva,
De trazia a maior felicidade.
Talvanes Faustino