Resenha: Os Lusíadas – Camões

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Publicado pela primeira vez no ano de 1572, Os Lusíadas de Camões (696 p), formou a base daquilo que você, meu caro leitor, chama de português moderno. É deveras um privilegio ser nativo da última flor do lácio e não precisar de traduções para ler este poema que eleva a língua portuguesa ao panteão dos deuses do olimpo. Dividido em 10 cantos e 1.102 oitavas, o poema narra as viagens de Vasco da Gama, desde sua saída de Portugal até a Índia e retorno. Mais que uma narração sobre as viagens de Vasco de Gama, Os Lusíadas são um poema de exaltação ao povo português, exaltação a coroa e depreciação dos desafetos de Camões. Como parece pouco ter em suas mãos, o mais belo poema já escrito em português, a Nova Fronteira ainda te entrega uma edição de encher os olhos.

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O livro tem formato de bolso, capa dura, a cor de fundo é creme, porém, um pouco escura, como se estive envelhecida. Para a arte da capa, lombada e contracapa foram utilizadas cores em tons de azul, uma clara referência ao mar. Na capa, encontramos um quadro formado por folhas e ramos, que funcionam como moldura, no centro da imagem há uma caravela vencendo o mar bravio e ao fundo aves voando um pouco distantes da embarcação. A lombada está decorada com o nome da obra, o símbolo da editora e ramos e folhas onde voltam a cumprir a função de moldura. Por sua vez, a contracapa repete o padrão da capa, mas com duas diferenças: uma é que encontramos mais uma vez o símbolo da editora, outra é que temos uma ilustração bem realista de Camões, quando este, já se encontrava cego de um dos olhos. Outras ilustrações apareceram dentro do livro, que contou a introdução e notas de Alexei Bueno.

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Alexei Bueno, nasceu em 1963 no Rio de Janeiro. É poeta, editor e tradutor, como poeta publicou uma miríade de títulos sendo o primeiro As Escadas da Torre em 1984. Como organizador trabalhou com obras completas como a de Álvares de Azevedo, Augusto Dos Anjos, Cruz e Sousa etc. Como tradutor verteu para o português As Quimeras de Gérard de Nerval, Teus pés toco na sombra de Pablo Neruda, além disso, traduziu um dos mais belos poemas em inglês O Corvo de Edgar Allan Poe. Nesta edição da grande obra de Camões, Alexei trabalhou na introdução e nas notas. Notas que sem elas a leitura seria pouco proveitosa.

Nenhuma edição de Os Lusíadas são será a expressão visual da grandeza deste texto enquanto não vir um livro com ouro, prata, diamantes e esmeraldas. Graças a Homero, uma edição assim é como honestidade na política, um conjunto de palavras vazio de sentindo. Ficamos assim, contentes e honrados com uma edição tão bela como esta da NF. Enquanto fazia sua leitura, meu coração pulava a cada fim de canto. Quem estiver pensando em comprar, não irá se arrepender, é de fato, uma obra que deixará a sua estante mais bela.

TALVANES FAUSTINO

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